11 junho, 2006

Criação de Imagens do Disco Rígido

Todo o procedimento de instalação, configuração e actualização de um sistema GNU/Linux é um pouco demorado e trabalhoso. Apesar deste tempo dispendido, todo este esforço pode ser destruído por uma falha de hardware, pico de corrente, etc. É nessas alturas que se observa como o tempo é valioso.

Cópia bit a bit do disco rígido

Felizmente, o GNU/Linux possui ferramentas que permitem a cópia de partições ou mesmo de discos inteiros, desde que, no caso destes últimos, eles já estejam formatados com um sistema de ficheiros qualquer.

Uma das ferramentas mais conhecidas, e que acompanha qualquer distribuição Linux, é o dd, de direct disk, ou direct copy, segundo algumas pessoas. O dd faz cópias directas de discos ou partições, ou seja, ele copia, bit a bit, o conteúdo de um determinado sistema de ficheiros para outro que se queira fazer "espelho" do sistema.

Se desejar fazer um backup de emergência realmente seguro do sistema que você acabou de montar, deve então copiar o sistema para outro disco rígido. Isto vai permitir, por exemplo substituir um disco defeituoso por outro em funcionamento, no caso de falha do hardware ou de corrupção dos ficheiros.

Para fazer isso, é necessário, inicialmente, desligar o computador e montar-lhe um novo disco, este novo disco tem de ter o espaço suficiente para fazer a imagem do disco. Se o disco ligado for um disco rígido IDE, e colocado no IDE Master secundário, pode utilizar o seguinte comando:

$ dd if=/dev/hda of=/dev/hdc

em que dd é o programa, if designa o sistema que pretende copiar, /dev/hda indica o dispositivo, of, o local para o qual deseja copiar o sistema e, enfim, /dev/hdc corresponde ao disco para o qual serão transferidos os dados. Se tiver instalado um disco como Slave do IDE primário, então teria:

$ dd if/dev/hda of=/dev/hdb

Ainda pode realizar a cópia de uma partição do disco rígido para outra. Esta é uma opção muito menos segura, mas também funcional, sobretudo em computadores que trabalham com absoluta falta de recursos. Observe:

$ dd if=/dev/hda1of=/dev/hda6

Com o dd, também pode realizar a cópia de um disco ou de uma partição inteira para um ficheiro, que posteriormente, possa gravar tais dados num CD, pore exemplo. O problema é que a única opção de gravação de ficheiro é no directório actual. O comando é semelhante ao mostrado abaixo como exemplo:

$ dd if=/dev/hda of=sistema.iso

Recuperação de ficheiros

Nos dois casos citados acima, em que não foi utilizado um disco rígido em separado, é preciso fazer a recuperação da imagem do disco salvo caso ocorram problemas. No caso das partições, isso pode ser feito com o comando:

$ dd if=/dev/hda6 of=/dev/hda1

em que passa o sistema gravado na partição /dev/hda6 de volta para a partição primária /dev/hda. Poderia, no caso de uma imagem gravada no disco rígido, utilizar o comando:

dd if=imagem.img of=/dev/hda

ou, no caso de recuperação de uma imagem gravada em CD ou DVD, supondo que as drives estejam instaladas no IDE Secundário como Master, utilizaria:

$ mount -t iso9660 /dev/hdc /media/cdrom
$ cd /media/cdrom
$ dd if=imagem.img of=/dev/hda1.

Nos casos em que todo os sistema de ficheiros do disco rígido original foi corrompido, pode-se utilizar uma distribuição Linux em LiveCD, como o Kurumin ou o Knoppix, ou mesmo uma distribuição do tamanho de uma disquete, como o FREESCO. Todas estas distribuições possuem o dd embutido. Basta iniciar o servidor através do boot de CD ou disquete e digitar os comandos correctos do dd para que a operação tenha sucesso.

Discos rígidos USB

Também pode criar uma imagem de disco num disco rígido USB ligado a uma porta USB. Primeiro, tem que se montar o disco, especificando o sistema de ficheiros:

$ mkdir /mnt/usb
$ mount -t vfat (ou ext2, ou ext3)
$ /dev/sda1
$ /mnt/usb

supondo que quer utilizar toda a capacidade do disco USB. Em seguida execute o dd:

$ dd if=/dev/hda1 of=/dev/sda1

Se o disco USB não foi montado correctamente, o seu kernel pode estar desactualizado. Sem o módulo de hotplug, por exemplo, os dispositivos USB não são reconhecidos de maneira automática.

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